Resfriamento do couro cabeludo no combate à queda de cabelo pela quimioterapia - Fabiana Caraciolo

Resfriamento do couro cabeludo no combate à queda de cabelo pela quimioterapia

Apresentadora da Globo usa touca de crioterapia no combate à queda de cabelo pela quimioterapia


Apresentadora da Globo Ana Furtado usa touca de crioterapia no combate à queda de cabelo pela quimioterapia

Receber o diagnóstico de um câncer traz muitos medos em relação a toda luta que virá pela frente, inclusive em relação aos efeitos colaterais do tratamento.

A perda dos cabelos é um dos efeitos adversos mais frequentes e temidos da quimioterapia, pois gera um estigma do câncer como doença fatal e tem um forte impacto na autoestima das pacientes.

A intensidade da queda de cabelo depende da medicação utilizada e sua dose. Na grande maioria das vezes, esta queda é reversível, ou seja, não causa a morte do folículo piloso e o cabelo volta a crescer. Mas, em casos de dosagens muito altas de quimioterápicos, alopecia definitiva pode ocorrer.

Felizmente, desde 2014, alguns centros de saúde no Brasil começaram a utilizar um equipamento capaz de prevenir parcial e até totalmente a queda de cabelo pela quimioterapia. Este tratamento é chamado de Scalp Cooling (resfriamento do couro cabeludo).

 

Como é realizado o Scalp Cooling?

O resfriamento do couro cabeludo é realizado através do uso de uma touca acoplada, através de um tubo, a uma máquina de resfriamento, que faz com que a água circule pela touca a uma temperatura de 4°C em contato com o couro cabeludo, levando-o a se estabilizar a 18°C devido à troca de calor entre o corpo e o líquido.  A touca deve ser utilizada por 30 minutos antes da quimioterapia para que a temperatura do couro cabeludo atinja seu pico mais baixo quando o medicamento entra nos folículos capilares. A touca é mantida durante todo o procedimento e por mais alguns minutos após o término de cada sessão.

                                   Scalp Cooling (resfriamento capilar) no combate à queda de cabelo pela quimioterapia

 

Como o Scalp Cooling funciona?

O  resfriamento provoca uma contração dos vasos sanguíneos no couro cabeludo, reduzindo assim a chegada do quimioterápico aos folículos pilosos. Dessa forma, pode-se reduzir o efeito da quimio sobre as células foliculares, prevenindo ou reduzindo a perda de cabelo. Acredita-se também que, com a chegada de menos sangue aos folículos pilosos, sua atividade metabólica seja diminuída, tornando-os menos sensíveis aos quimioterápicos.

 

Qual a taxa de sucesso?

Em estudo publicado na conceituada revista científica  Journal of the American Medical Association (JAMA), em 2017, os pesquisadores evidenciaram que cerca de 66,3%% das mulheres com câncer de mama do estudo conseguiram ter uma preservação do cabelo a ponto de não ser necessário o uso de prótese capilar.

Importante salientar que a taxa de sucesso do resfriamento, além de variar de pessoa para pessoa, depende também do tipo de quimioterápico usado e do sistema de resfriamento. No estudo anteriormente citado, o sistema de resfriamento utilizado foi o Paxman.

 

Quais são os efeitos adversos?

Os efeitos adversos mais frequentes são dor local (geralmente tolerável e principalmente nos primeiros 10 minutos do procedimento), dor de cabeça, tontura e calafrios. Alterações na pele, como queimaduras, também podem ocorrer, mas são menos frequentes e geralmente decorrem de uso inadequado da touca.

 

Queimadura de segundo grau (formação de bolha) após uso de touca gelada não acoplada à máquina

 

O Scalp Cooling pode ser utilizado em todos?

Não, ele é contraindicado para pacientes com câncer das células do sangue, como leucemia, mieloma múltiplo, linfoma não-Hodgkin e outros linfomas generalizados, melanoma com quimioterapia adjuvante ou curativa, além de pessoas com sensibilidade ao frio, crioglobulinemia, criofibrogenemia, distrofia traumática ao frio.

 

Onde encontrar o Scalp Cooling?

Você pode encontrar os centros de saúde que já dispõem desta tecnologia no Brasil.

Os aparelhos para resfriamento do couro cabeludo aprovados pela ANVISA são: Paxman e Capelli. Este último é fabricado no Brasil.

A touca não acoplada à máquina aprovada pela ANVISA é a Elasto-gel,  porém, não há evidências científicas de que elas obtenham taxas de sucesso semelhantes às das toucas acopladas a máquinas.

A resposta ao procedimento de resfriamento depende de uma temperatura bem controlada, colocação adequada da touca, entre outros fatores.

Alguns estudos relataram que as toucas não acopladas a máquinas não conseguiriam manter temperaturas baixas durante toda a sessão de quimioterapia. Tem sido sugerido em alguns desses estudos que as toucas deveriam ser trocas cerca de 3 a 4 vezes (a cada cerca de 25 minutos) durante a infusão de quimioterapia para manter uma temperatura estável.

ATENÇÃO: Caso as temperaturas adequadas não sejam atingidas pela touca não conectada à máquina, o resfriamento não ajudará na redução do risco da queda de cabelo por quimioterapia. Então, Por isso, caberá ao seu oncologista a escolha do método a ser usado e de uma equipe bem treinada para manuseá-lo.

Como vimos anteriormente, a técnica não é livre de complicações na pele, podendo inclusive causar perda de cabelo definitiva, se queimadura grave pelo frio.

Locais onde encontrar o Paxman: clique aqui.

Locais onde encontrar o Capelli: clique aqui.

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